MEGA 94


Um coro de vozes irrompe entre palmas, cantando versos premonitórios. “No sereno tem gente que tá roendo/amanhã vai morrer do coração“, diz um dos repentistas. Os tais apaixonados, pegos de súbito pelo desejo e suas fases, são os grandes personagens da primeira faixa de “Te Amo Lá Fora”, novo disco de Duda Beat. Lançado na noite desta terça-feira (27), exatos três anos após o bem-sucedido “Sinto Muito”, o projeto é uma aposta mais confiante da artista.

A estreia soa como a peça-chave de uma jornada progressiva em que o afeto, tal qual escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade, se transforma em “um privilégio dos maduros”.

“Eu sinto que todo ser-humano nasce com uma capacidade plena de amar, mas esse amor próprio, de relacionamento, só vem com um limite que você se dá”, diz Beat, em entrevista por telefone. “Quando você ama uma pessoa e ela não te quer, você sofre por isso. Mas chega num momento que você entende que precisa se amar mais. Esse sentimento eu vejo como algo que se aprende nos pequenos gestos da vida, observando”.

Maturidade, aliás, é uma palavra recorrente em vários sentidos. A já característica identidade firmada em seu encontro com o eletrônico, fruto de uma parceria bem-sucedida com a dupla de produtores Lux & Tróia, é potencializada nos detalhes, onde residem os avanços e a consequente prova da mudança de rumos.

Mais fluida e sisuda, a voz que ganhou notoriedade nacional com o hit “Bixinho” recebeu apoio de uma professora de canto ao longo do último ano. Isolada no mato, também usou o tempo livre entre os compromissos para avançar em pesquisas de som e pautas pessoais, entre elas o autoconhecimento.

“Houve uma evolução emocional muito grande nesse meio tempo entre um trabalho e outro”, avalia. “Eu comecei a enxergar mais de longe as relações que eu tive. Nesse segundo álbum, minha perspectiva de emoções, letras, a própria melodia dão a entender que quanto mais eu me distancio desses amores, mais consigo ver com clareza as situações, o que eu sentia. Estou em paz comigo mesma e só o tempo traz isso pra gente”.

Nascida no Recife, ela vai fundo na própria formação a fim de expandir a paleta sonora. Introduz agora gêneros como ciranda, coco, xote e reggae para reforçar novos contornos no pop brasileiro, um espaço que tem conquistado com graça e que parece desapegar, em nichos menores, de essências pasteurizadas.

“Eu cresci ouvindo gente como Lenine, Nação Zumbi e Maracatu”, diz. “Todos essês gêneros, além do brega, do baião e do forró, sempre estiveram muito presentes na minha vida. A vontade de colocar isso junto em um projeto meu foi enorme desde o começo. Agora, observando o que eu fiz, parece ter vindo de uma forma mais consistente porque eu acabo trazendo elementos que se misturam naturalmente com o universo pop. É uma grande homenagem à minha terra”.

As participações escolhidas têm papel fundamental nessa declaração de amor. Em “Tu e Eu”, um dos grandes momentos no quesito produção, canta Cila do Coco. Imponente nome da música brasileira, a artista já participou de trabalhos do Nação Zumbi e, muito antes de aceitar o convite de Duda, também atuou por quatro anos ao lado da banda belga Think Of One. Foram dois álbuns gravados e uma turnê na Europa.

O provocante pagodão baiano “Nem Um Pouquinho”, parceria com o rapper Trevo, é a faixa mais potente do LP e a que evidencia os muitos passeios sonoros feitos pelos produtores. Um clipe também seria gravado para estrear nesta terça, impulsionando o desempenho do projeto no streaming. A decisão mais acertada acabou sendo um adiamento, em virtude do aumento de casos da Covid-19.

O que não se pode negar é que “Te Amo Lá Fora” está cheio de canções que, ao menos em teoria, se revelam sombrias nos primeiros minutos para então se desdobrarem em estruturas agridoces. O caminhar da obra vai sempre em direção aos lugares mais inesperados.

“Ter essas pessoas no meu disco é uma alegria muito grande porque eu sinto que o mundo precisa conhecer essas pessoas. É gente que me emociona desde sempre, que embarcou nessa busca por referências. A minha vontade e dos meus produtores foi realmente trazer o que o Brasil tem de melhor e misturar isso a outras descobertas. Acho que ‘Te Amo Lá Fora’ é fruto de uma mistura equilibrada”.

Ainda é possível reconhecer fórmulas antigas. “Melô da Ilusão”, por exemplo, foi retrabalhada após ter sido descartada da seleção final de “Sinto Muito”. No entanto, é na ousadia que se oferecer o envolvimento necessário para sacudir festivais inteiros – ou neste contexto, a sala de casa. Cabe citar as radiantes “Mais Ninguém” e “Decisão de Te Amar”, bem como o reggae “50 Meninas” – uma canção que já clássica em seu repertório ao versar sobre esforços inválidos de conquista.

“Por favor me entenda
Se eu não quiser te ver mais, não
Eu já sabia que na sua fila
Tinha mais de 50 meninas
Todas elas apaixonadas por você”




Fonte: Postado em: 28-04-2021


Um coro de vozes irrompe entre palmas, cantando versos premonitórios. “No sereno tem gente que tá roendo/amanhã vai morrer do coração“, diz um dos repentistas. Os tais apaixonados, pegos de súbito pelo desejo e suas fases, são os grandes personagens da primeira faixa de “Te Amo Lá Fora”, novo disco de Duda Beat. Lançado na noite desta terça-feira (27), exatos três anos após o bem-sucedido “Sinto Muito”, o projeto é uma aposta mais confiante da artista.

A estreia soa como a peça-chave de uma jornada progressiva em que o afeto, tal qual escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade, se transforma em “um privilégio dos maduros”.

“Eu sinto que todo ser-humano nasce com uma capacidade plena de amar, mas esse amor próprio, de relacionamento, só vem com um limite que você se dá”, diz Beat, em entrevista por telefone. “Quando você ama uma pessoa e ela não te quer, você sofre por isso. Mas chega num momento que você entende que precisa se amar mais. Esse sentimento eu vejo como algo que se aprende nos pequenos gestos da vida, observando”.

Maturidade, aliás, é uma palavra recorrente em vários sentidos. A já característica identidade firmada em seu encontro com o eletrônico, fruto de uma parceria bem-sucedida com a dupla de produtores Lux & Tróia, é potencializada nos detalhes, onde residem os avanços e a consequente prova da mudança de rumos.

Mais fluida e sisuda, a voz que ganhou notoriedade nacional com o hit “Bixinho” recebeu apoio de uma professora de canto ao longo do último ano. Isolada no mato, também usou o tempo livre entre os compromissos para avançar em pesquisas de som e pautas pessoais, entre elas o autoconhecimento.

“Houve uma evolução emocional muito grande nesse meio tempo entre um trabalho e outro”, avalia. “Eu comecei a enxergar mais de longe as relações que eu tive. Nesse segundo álbum, minha perspectiva de emoções, letras, a própria melodia dão a entender que quanto mais eu me distancio desses amores, mais consigo ver com clareza as situações, o que eu sentia. Estou em paz comigo mesma e só o tempo traz isso pra gente”.

Nascida no Recife, ela vai fundo na própria formação a fim de expandir a paleta sonora. Introduz agora gêneros como ciranda, coco, xote e reggae para reforçar novos contornos no pop brasileiro, um espaço que tem conquistado com graça e que parece desapegar, em nichos menores, de essências pasteurizadas.

“Eu cresci ouvindo gente como Lenine, Nação Zumbi e Maracatu”, diz. “Todos essês gêneros, além do brega, do baião e do forró, sempre estiveram muito presentes na minha vida. A vontade de colocar isso junto em um projeto meu foi enorme desde o começo. Agora, observando o que eu fiz, parece ter vindo de uma forma mais consistente porque eu acabo trazendo elementos que se misturam naturalmente com o universo pop. É uma grande homenagem à minha terra”.

As participações escolhidas têm papel fundamental nessa declaração de amor. Em “Tu e Eu”, um dos grandes momentos no quesito produção, canta Cila do Coco. Imponente nome da música brasileira, a artista já participou de trabalhos do Nação Zumbi e, muito antes de aceitar o convite de Duda, também atuou por quatro anos ao lado da banda belga Think Of One. Foram dois álbuns gravados e uma turnê na Europa.

O provocante pagodão baiano “Nem Um Pouquinho”, parceria com o rapper Trevo, é a faixa mais potente do LP e a que evidencia os muitos passeios sonoros feitos pelos produtores. Um clipe também seria gravado para estrear nesta terça, impulsionando o desempenho do projeto no streaming. A decisão mais acertada acabou sendo um adiamento, em virtude do aumento de casos da Covid-19.

O que não se pode negar é que “Te Amo Lá Fora” está cheio de canções que, ao menos em teoria, se revelam sombrias nos primeiros minutos para então se desdobrarem em estruturas agridoces. O caminhar da obra vai sempre em direção aos lugares mais inesperados.

“Ter essas pessoas no meu disco é uma alegria muito grande porque eu sinto que o mundo precisa conhecer essas pessoas. É gente que me emociona desde sempre, que embarcou nessa busca por referências. A minha vontade e dos meus produtores foi realmente trazer o que o Brasil tem de melhor e misturar isso a outras descobertas. Acho que ‘Te Amo Lá Fora’ é fruto de uma mistura equilibrada”.

Ainda é possível reconhecer fórmulas antigas. “Melô da Ilusão”, por exemplo, foi retrabalhada após ter sido descartada da seleção final de “Sinto Muito”. No entanto, é na ousadia que se oferecer o envolvimento necessário para sacudir festivais inteiros – ou neste contexto, a sala de casa. Cabe citar as radiantes “Mais Ninguém” e “Decisão de Te Amar”, bem como o reggae “50 Meninas” – uma canção que já clássica em seu repertório ao versar sobre esforços inválidos de conquista.

“Por favor me entenda
Se eu não quiser te ver mais, não
Eu já sabia que na sua fila
Tinha mais de 50 meninas
Todas elas apaixonadas por você”




Fonte: Postado em: 28-04-2021
MEGA POINT
Av. Afonso Pena 5154
Campo Grande MS
Whatsapp - 99143-9494

3042-9494
Mega94 (c)- Todos os direitos reservados.