Polêmica Entre Presidente da Associação de Moradores e Grafiteiros Agita Orla Cabreúva

Na última terça-feira (30), Eduardo Cabral, presidente da associação de moradores do bairro Cabreúva, protagonizou uma cena polêmica na Orla Morena ao rabiscar um grafite de 25 metros, causando revolta na comunidade artística. A obra, realizada por Thais Maia, artista visual de 28 anos, representou uma homenagem aos animais, especificamente gatos cor-de-rosa, e custou R$ 2 mil, além de demandar sete horas de trabalho.

O presidente do bairro justificou sua ação alegando falta de autorização da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) para a intervenção artística, destacando que foi chamado ao local devido a relatos de pichações na Orla. Cabral enfatizou a necessidade de autorização para intervenções artísticas em espaços públicos.

A confusão entre grafiteiros e o presidente do bairro, acompanhada de gritaria e tumulto, tomou conta da região da feirinha da Orla Morena na tarde de terça-feira. Thais Maia relatou que três homens atacaram verbalmente e rabiscaram o trabalho realizado por ela e suas colegas, gerando um momento de tensão.

A legislação vigente, Lei nº 5230, publicada em 2013, permite o grafite em espaços de convivência, praças e outras áreas de encontro, passagem e lazer. A normativa especifica que são consideradas expressões urbanas livres o grafite, o estêncil, o painelismo e o muralismo.

A artista, com 13 anos de profissão, manifestou surpresa diante da situação, considerando ser a primeira vez que sua arte é ameaçada. Thais defende o grafite como uma forma de revitalização do espaço público e um presente para a cidade, destacando a diferença entre grafite e pichação.

A polêmica na Orla Morena reacende o debate sobre a liberdade artística, a regulamentação municipal e o papel das autoridades locais na promoção da expressão urbana. A comunidade artística busca respostas sobre como equilibrar a criação artística espontânea e as exigências formais de autorização para intervenções em espaços públicos.