Os problemas enfrentados pelos clientes da 123 Milhas persistem, mesmo após mais de três meses desde o comunicado que alertava sobre a falta de emissão de bilhetes aéreos para viagens agendadas entre setembro e dezembro deste ano. Um dos transtornos relatados era a continuidade da cobrança de parcelamentos no cartão de crédito.
Contudo, uma decisão recente da Justiça de Minas Gerais, onde a empresa de turismo está sediada, determinou a suspensão das cobranças de parcelas para todos os clientes que contestaram a situação. O Instituto de Defesa Coletiva, por meio de agravo de instrumento, fez o pedido, e a decisão abrange os consumidores do estado de Mato Grosso do Sul.
Para que as cobranças sejam suspensas, é necessário que o cliente tenha contestado a parcela junto ao banco pelo menos 10 dias antes do fechamento da fatura do cartão de crédito.
No Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, 149 processos de ressarcimento, cancelamento de contrato e condenação por danos morais estão em andamento. Essas ações foram iniciadas tanto por consumidores individualmente como por entidades, como a Abccon/MS (Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor de Mato Grosso do Sul).
O portal Consumidor.gov, do Governo Federal, revela que, apenas entre esta segunda-feira (27) e 18 de agosto, foram registradas 576 reclamações de consumidores contra a 123 Milhas em Mato Grosso do Sul. Alguns relatos detalham que as cobranças no cartão de crédito continuam, mesmo após o comunicado oficial da empresa em agosto, quando anunciaram a suspensão dos pacotes “promo”.
Relembrando os acontecimentos, em 18 de agosto, a 123 Milhas anunciou a suspensão dos pacotes “promo”, que ofereciam passagens aéreas mais acessíveis e com datas flexíveis. Em 29 de agosto, a empresa ingressou com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, justificando que isso permitiria o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores.
